PvP [Blanche Foxchild vs Hailee Ysèult-Arsenault]

Tenho a sensação constante de que algo está errado. Temo que ter escapado muito fácil da emboscada, ou que meu estado físico e psicológico mediano possa fazer com que os idealizadores pensem que eu possa sobreviver a mais jogadas perigosas. Eu não tenho tanta certeza.

Ando pelos corredores do enorme labirinto sem nenhuma orientação, apenas porque ficar parada em um só lugar me deixa mentalmente instável, e penso em coisas como Brandon e morte. Nas pessoas que eu matei. Minha mãe (ao nascer), meu pai, possivelmente um avox, e dois garotos desconhecidos da minha idade. Não posso deixar o calor e a exaustão pregar peças em minha mente, embora tenha dificuldade em me auto reconhecer. Sou Blanche Foxchild?Sou Blood Mary? Sou uma assassina.

Minhas feridas do sol machucam, mas a tanto tempo que já me acostumei com o doloroso esticar da pele quando me movimento. Ando com a mochila nas costas e lança em mãos. Olhos abertos e pulsação acelerada. Deve ser meio dia, ou quase isso em relação a posição da estrela escaldante acima da minha cabeça.

É quando viro uma esquina que eu a encontro. Não sei seu nome, nem aonde pertence. Não quero saber. Poderá ser mais um na minha lista, ou eu na lista dela.

Corro em sua direção o mais rápido que eu posso para diminuir a distância que há entre nós, utilizando a energia de meu café da manhã reforçado. Ela parece machucada, pois há sangue em seus braços e suas roupas, mas isso não importa para mim, estou aqui para ferí-los. Com um grunhido, arranjo força o suficiente para pular um lobo morto a frente dela, e elevando minha arma com o impulso, sem exitar, desfiro um golpe na direção de seu coração.

Não há como voltar atrás agora.

Spoiler:

Com um baque seco e num solavanco minha arma crava sua ponta na terra. A vadia tem reflexos melhores do que eu pensava, talvez a tivesse subestimado. A verdade é que estou esgotada psicologicamente e tudo o que desejo por dentro é meu casebre, meu emprego medíocre e meu irmão protetor. Mas ele não está aqui agora, o que faz eu ter de me virar sozinha, afinal, fui eu quem comprou a briga. Se o canalha do meu pai está assistindo do inferno deve estar orgulhoso.

Em uma fração de segundo, enquanto libero minha arma percebo o conjunto de punhais nas mãos da garota, e pela posição ela não sabe nem como segurá-los. Nascida e criada no Distrito 10, utilizando lâminas diversas dentro de um matadouro, é fácil para mim perceber isso tanto quanto arrancar uma das armas de suas mãos. É o que tento fazer.

Antes que ela complete o caminho para minhas costas, enquanto solta um grunhido que deveria ser um grito de guerra, puxo uma das armas mal seguradas com força, o que a impede de terminar o trajeto que pretendia fazer, nos deixando frente a frente. Posso ter arranhado sua mão com as unhas, o que definitivamente não me importa. Ela seria covarde o suficiente para não me encarar num combate justo de frente, o que me deixa irada, sentindo o sangue subir para o rosto entre respirações rápidas.

Agora me encarando, ela se impulsiona para o meu corpo ainda armada, em direção a minha garganta, mas com a força do ódio além do sangue latejando nos ouvidos, encolho minha perna esquerda até que o joelho encoste em meu peito e rapidamente executo minha defesa com um golpe na altura de seu abdômen, utilizando meu pé contra seu corpo, com força suficiente para impedi-la de me alcançar e até mesmo leva-la ao chão.

Spoiler: